quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Necro.

Vem de Alagoas – terra do Mopho! - uma das maiores promessas de renovação do cenário do rock independente nacional: a banda Necro. Trata-se de um “power trio” formado em 2009, em Maceió, com o nome de “Necronomicon”, em referência ao livro dos mortos da mitologia lovecraftiana. Influenciados pela psicodelia, pelo rock progressivo e pelo Hard rock “setentista”, conseguiram chamar a atenção de um pequeno selo norte-americano especializado no estilo, o Hydro-phonic records, que lançou no mercado internacional, em vinil, seus dois únicos álbuns – que foram precedidos por um EP de estréia, lançado em 2011.

O primeiro, “Queen of death”, de 2012, é um disco conceitual cantado em inglês que conta, em suas letras, uma história baseado num conto de fantasia e ficção científica escrito pelo baixista/vocalista Pedro Ivo. Se fosse "quadrinizado", poderia ser publicado na célebre revista “Heavy Metal”. Narra as desventuras de um assassino contratado para matar a tal Rainha da Morte, líder de um culto poderosíssimo baseado em Yamoth, o planeta sagrado. É para lá que somos levados através de musicas longas com vários mudanças de andamento e refrões poderosos entremeados por riffs de guitarra precisos – as seis cordas são comandadas por mãos femininas, de Lillian Lessa, uma fiel discípula de Tony Iommy, o lendário guitarrista do Black Sabbath, e sua Gibson SG batizada nos quintos dos infernos.

Para o segundo disco – homônimo, lançado no ano passado - abreviaram o nome da banda e vieram com uma proposta mais diversificada, com parte das letras em português e a presença marcante da guitarrista Lillian assumindo, também, os vocais principais, em algumas faixas. O resultado foi impressionante! Trata-se de uma verdadeira obra-prima, perfeita já a partir da capa, magnificamente elaborada por Cristiano Suarez. Excelentes composições num clima totalmente “retrô”, com direito a uma “balada Heavy Metal”, daquelas que começam suavemente para logo em seguida explodir numa barulheira infernal, e um solo de bateria, a mais anacrônica das manifestações musicais.

Deliciosamente anacrônica, a Necro navega contra a maré de mediocridade que impera no cenário “roqueiro” tupiniquim. Tem vencido pela persistência e pela qualidade, e aos poucos vão chamando a atenção por onde passam, em incursões esporádicas pelos estados vizinha e por São Paulo, onde são “apadrinhados” pelo lendário Luiz Calanca, criador da primeira loja e selo independente da galeria do rock.

E não param! Lançaram um novo single, “Contact”, e o casal, Pedro e Lillian, tem se aventurado em carreiras solo promissoras, com dois EPs  precedidos de uma seqüência de singles matadora que inclui uma sensacional homenagem a Salvador Allende cantada – por Lillian – em francês! Um charme! Come se não bastasse os dois fazem parte, ainda, do Messias Elétrico, outra sensacional banda alagoana que conta, em suas fileiras, com ex-integrantes da Mopho.

Você precisa conhece-los! AGORA! 


A.


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